Há uma crise na saúde ... uma grave crise! E esta crise não é decorrente da falta de recursos, de unidades de saúde, de profissionais. É uma crise na forma de construir a saúde! Estamos esquecendo o que há de mais nobre na atenção à saúde das pessoas: A ARTE DO CUIDADO!
Os avanços tecnológicos (indispensáveis) nos permitem ter "a resposta" para a grande maioria das doenças ... Mas, como não lidamos com doenças, e sim com pessoas, muitas vezes este avanço tecnológico fica restrito aos livros e artigos científicos.
Precisamos (re)aprender a lidar com gente.
Precisamos (re) aprender a cuidar das pessoas.
Humanizar a saúde.
Afinal de contas, a doença só existe mesmo nos livros. No cotidiano da saúde, o que vamos encontrar são pessoas que sofrem, que precisam de alivio e cuidado ... por isso, precisamos ser GENTE QUE CUIDA DE GENTE!!!

O objetivo deste Blog é propiciar um espaço de discussão, de reflexão e de cuidado!

Bem vindos!!!

sábado, 23 de janeiro de 2010

ENQUANTO AS AULAS NÃO COMEÇAM ...


POR UM FIO ...



Depois de relatar sua experiência como médico voluntário no que foi o maior complexo penitenciário da América Latina em Estação Carandiru, o médico Dráuzio Varella lança um novo livro, Por um Fio, voltando-se agora para sua longa experiência de cancerologista e reflete sobre o impacto da perspectiva da morte no comportamento de pacientes e seus familiares. "Foram três anos de escrita, em que busquei o oposto do Carandiru", conta.

Varella conviveu cotidianamente com doentes graves, vítimas de câncer e de enfermidades decorrentes da aids, durante 30 anos, período em que presenciou histórias significativas e reveladoras da alma humana diante da proximidade da morte. De um lado, a reação dos que se descobrem doentes, que variava da surpresa desesperada ao silêncio conformado. E, do outro, a diferente atitude dos parentes, alguns muito dedicados, outros mesquinhos ao extremo.

"Mas o grande mistério para mim era encontrar os motivos que tornam a pessoa que tem a vida ameaçada em alguém com felicidade plena; afinal, era freqüente encontrar pacientes com doença incurável que se diziam mais felizes", explica o médico, que arrisca uma explicação. "Acho que o instinto de sobrevivência começa a agir, a consciência da morte provoca um certo relaxamento na pessoa e estimula a necessidade de se viver bem o tempo que resta."

Ao escrever as histórias, Drauzio Varella preferiu relacionar as mais antigas para evitar a identificação das pessoas, cujos nomes foram preservados. "Como as histórias mais fortes acabaram sedimentadas em minha mente, muitas durante mais de 20 anos, concluí que eram as mais representativas", conta o médico, que começou a escrever o livro em 1981, mas o interrompeu porque, aos 38 anos, não acreditava ter uma compreensão profunda da vida.

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