Há uma crise na saúde ... uma grave crise! E esta crise não é decorrente da falta de recursos, de unidades de saúde, de profissionais. É uma crise na forma de construir a saúde! Estamos esquecendo o que há de mais nobre na atenção à saúde das pessoas: A ARTE DO CUIDADO!
Os avanços tecnológicos (indispensáveis) nos permitem ter "a resposta" para a grande maioria das doenças ... Mas, como não lidamos com doenças, e sim com pessoas, muitas vezes este avanço tecnológico fica restrito aos livros e artigos científicos.
Precisamos (re)aprender a lidar com gente.
Precisamos (re) aprender a cuidar das pessoas.
Humanizar a saúde.
Afinal de contas, a doença só existe mesmo nos livros. No cotidiano da saúde, o que vamos encontrar são pessoas que sofrem, que precisam de alivio e cuidado ... por isso, precisamos ser GENTE QUE CUIDA DE GENTE!!!

O objetivo deste Blog é propiciar um espaço de discussão, de reflexão e de cuidado!

Bem vindos!!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Mesmo com cura, hanseníase ainda se espalha pelo país




RIO - No ano 2000, quando recebeu um telefonema do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohran), convidando-o para trabalhar como voluntário no combate à doença, o cantor Ney Matogrosso levou um susto, mostra reportagem de Carolina Benevides neste domingo.

O cantor conhecia a doença porque a mãe criou uma menina vinda de um leprosário, mas achava que a hanseníase não existia mais.Desde então, Ney faz campanhas de esclarecimento em todo o país.

- Ainda há muito preconceito, e o governo parece não querer acabar com a doença.

Uma das enfermidades mais antigas do mundo, a hanseníase passou a ter cura na década de 40, quando as pessoas eram isoladas compulsoriamente. Desde a década de 90, a Organização Mundial da Saúde (OMS) distribui a medicação de graça. No Brasil, pacientes reclamam que falta remédio por causa da burocracia alfandegária e também por causa da subnotificação.

- Percorremos o país conversando com as pessoas e sabemos que, mesmo sendo obrigados a notificar todos os casos, que alguns médicos não cumprem, o que faz com que remédios faltem especialmente no interior. Além disso, em estados do Sul, o tratamento que deve levar no máximo um ano, leva 36 meses porque os pacientes acham que assim ficarão mais curados - conta Artur Custódio, coordenador do Mohran.

Segundo dados da OMS, o Brasil fechou o ano de 2008 com 39 mil novos casos de hanseníase diagnosticados, atrás apenas da Índia, responsável por 54% de todos os 249 mil casos registrados no mundo. Mas aparece como o número um do ranking se a conta for feita segundo a taxa de prevalência da doença: com população de 190 milhões de habitantes, o país tinha em 2007 taxa de 21,94 casos para cada 100 mil habitantes. Além disso, ainda segundo a OMS, nas Américas, o Brasil é líder no ranking de novos casos: foram 44,4 mil em 2006, dos 47, 6 mil diagnosticados em 51 países. O país também é um dos três, ao lado do Nepal e do Timor Leste, que não conseguiram cumprir a meta, firmada em 1991, de ter um caso da doença para cada 10 mil habitantes até 2005.

O Ministério da Saúde reconhece que a meta não foi cumprida, mas ressalta que isso não é importante e que a taxa de prevalência vem caindo desde 2007. Segundo dados do ministério, em 1994 foram registrados 3.055 casos em menores de 15 anos. Em 2007, foram 2.148. Coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Maria Aparecida de Faria Grossi, diz que o país tem que "se orgulhar das condutas para tratar da hanseníase".

MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL O GLOBO DE 24/01/2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

ENQUANTO AS AULAS NÃO COMEÇAM ...


POR UM FIO ...



Depois de relatar sua experiência como médico voluntário no que foi o maior complexo penitenciário da América Latina em Estação Carandiru, o médico Dráuzio Varella lança um novo livro, Por um Fio, voltando-se agora para sua longa experiência de cancerologista e reflete sobre o impacto da perspectiva da morte no comportamento de pacientes e seus familiares. "Foram três anos de escrita, em que busquei o oposto do Carandiru", conta.

Varella conviveu cotidianamente com doentes graves, vítimas de câncer e de enfermidades decorrentes da aids, durante 30 anos, período em que presenciou histórias significativas e reveladoras da alma humana diante da proximidade da morte. De um lado, a reação dos que se descobrem doentes, que variava da surpresa desesperada ao silêncio conformado. E, do outro, a diferente atitude dos parentes, alguns muito dedicados, outros mesquinhos ao extremo.

"Mas o grande mistério para mim era encontrar os motivos que tornam a pessoa que tem a vida ameaçada em alguém com felicidade plena; afinal, era freqüente encontrar pacientes com doença incurável que se diziam mais felizes", explica o médico, que arrisca uma explicação. "Acho que o instinto de sobrevivência começa a agir, a consciência da morte provoca um certo relaxamento na pessoa e estimula a necessidade de se viver bem o tempo que resta."

Ao escrever as histórias, Drauzio Varella preferiu relacionar as mais antigas para evitar a identificação das pessoas, cujos nomes foram preservados. "Como as histórias mais fortes acabaram sedimentadas em minha mente, muitas durante mais de 20 anos, concluí que eram as mais representativas", conta o médico, que começou a escrever o livro em 1981, mas o interrompeu porque, aos 38 anos, não acreditava ter uma compreensão profunda da vida.

UMA DICA PARA AS FÉRIAS ...

Diários de Motocicleta




Che Guevara (Gael García Bernal) era um jovem estudante de Medicana que, em 1952, decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). A viagem é realizada em uma moto, que acaba quebrando após 8 meses. Eles então passam a seguir viagem através de caronas e caminhadas, sempre conhecendo novos lugares. Porém, quando chegam a Machu Pichu, a dupla conhece uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

JONAS E LISA



Esta é a realidade de muitas pessoas que vivem bem pertinho de nós ... e muitas vezes não as enxergamos!
Vamos pensar nisto?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS



O Video traz uma entrevista com uma médica e uma psicologa dos Médicos Sem Fronteiras.
Serve como uma boa reflexão do que é ser profissional de saude!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CIDADÃO DO MUNDO



O filósofo Sócrates, ao ser questionado sobre sua pátria, dizia que era um “cidadão do mundo”. Esta frase sempre me marcou muito, em especial quando vejo a situação caótica em que vivem milhões e milhões de seres humanos – tão humanos quanto eu ou qualquer outra pessoa!

Quando olho para a situação da África (que, epidemiologicamente falando, parece ter parado no século XIX, onde as pessoas ainda morrem de doenças de muito fácil controle nos países mais desenvolvidos – o que eu sinto é uma imensa vergonha.

Hoje os olhos do mundo se voltam para o Haiti – lugar, aliás, que nunca deveríamos ter desviado o olhar. Este pequeno país, que conta com pouco mais de 10 milhões de habitantes – sempre teve como sua mais marcante característica a miséria absoluta da grande maior parte da sua população. Na verdade, o terremoto que destruiu sua principal cidade (Porto Príncipe) agrava em muito uma situação já marcadamente caótica deste povo. O que antes era uma situação de grande miséria, agora torna-se uma situação de total desolação. Não bastasse a dor da perda dos entes queridos e dos lares, a população já tão sofrida tem que enfrentar a fome, a sede, a violência, as doenças que advém como decorrente do terremoto – como se já não bastassem as doenças da miséria, da falta de saneamento, da falta de recursos mínimos.

Neste momento, volto a pensar em Sócrates! Preciso ir alem dos meus limites geográficos e me ver como cidadã do mundo. Não tenho muito a fazer diante da situação caótica dos haitianos. Mas posso – e devo! – aprender com ela.
Temos, pertinho de nós, pequenos haitis. São milhares de pessoas – muitas crianças e idosos que ainda mais fragilizados – que necessitam de nossa compaixão, de nosso olhar, de nosso cuidado. Para muitos, a miséria, a pobreza, da desigualdade representa apenas um número distante da realidade. Para outros tantos, pessoas nesta situação de exclusão, representam uma ameaça, um risco. Há ainda os que se quer chegam a enxergar esta situação, vivendo numa situação de total alienação. Não sei de quem me compadeço mais: se dos excluídos e miseráveis ou se dos alienados covardes. Só tenho uma certeza: ambos precisam de ajuda: cada um dentro de sua necessidade!

Talvez seja bem mais fácil estar ao lado dos excluídos e miseráveis! Pois destes sabemos quais suas carências, suas necessidades. Temos meios de cuidar e minimizar as disparidades – por mais que isso seja um grande desafio! Já os alienados covardes, diante destes o desafio é bem maior! As carências são de natureza mais complexa; parece faltar-lhes, muitas vezes, o que nos dá a característica de SER HUMANO. Falta-se a compaixão, a capacidade de se sensibilizar com a dor e sofrimento do outro ...

É vendo-me como cidadã do mundo que me sinto na obrigação moral de fazer algo diante desta caótica situação! E diante da impossibilidade de estar lá no “nosso Haiti”, sigo na minha já assumida missão: ser gente que cuida de gente seja no Haiti ou em qualquer outro canto desta nossa casa que se chama planeta Terra.