Há uma crise na saúde ... uma grave crise! E esta crise não é decorrente da falta de recursos, de unidades de saúde, de profissionais. É uma crise na forma de construir a saúde! Estamos esquecendo o que há de mais nobre na atenção à saúde das pessoas: A ARTE DO CUIDADO!
Os avanços tecnológicos (indispensáveis) nos permitem ter "a resposta" para a grande maioria das doenças ... Mas, como não lidamos com doenças, e sim com pessoas, muitas vezes este avanço tecnológico fica restrito aos livros e artigos científicos.
Precisamos (re)aprender a lidar com gente.
Precisamos (re) aprender a cuidar das pessoas.
Humanizar a saúde.
Afinal de contas, a doença só existe mesmo nos livros. No cotidiano da saúde, o que vamos encontrar são pessoas que sofrem, que precisam de alivio e cuidado ... por isso, precisamos ser GENTE QUE CUIDA DE GENTE!!!

O objetivo deste Blog é propiciar um espaço de discussão, de reflexão e de cuidado!

Bem vindos!!!

domingo, 4 de outubro de 2009

Vender Reméio Faz bem ... para o bolso



Venda de remédios cresce 12,5% e atrai grandes investidores. País já tem 60 mil farmácias, dobro do recomendado


RIO - Um país com quase 60 mil farmácias do Oiapoque ao Chuí - leia-se: o dobro do número de lojas recomendado por especialistas. Ainda que o Brasil tenha mais drogarias do que padarias (52,5 mil) e as escolas de nível médio (25,7 mil), esse setor despertou o interesse de investidores consagrados, como o Fundo Gávea, do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga - que comprou parte da Droga Raia - e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves - que arrematou a Farmais há cerca de dez dias - além de grupos estrangeiros e até de grandes redes de supermercados. Não à toa. As farmácias são um negócio altamente rentável e devem encerrar 2009 com faturamento de R$ 31,5 bilhões ou 12,5% acima dos R$ 28 bilhões do ano passado. Essas cifras sobem com a frouxa fiscalização do segmento, com o hábito do brasileiro de se automedicar e o avanço de renda das famílias, especialmente das classes C e D, como mostra reportagem do GLOBO de Fabiana Ribeiro e Erica Ribeiro.

- É um negócio rentável, tem margem garantida, volume crescente, é imune à crise. Em mercados maduros, como Europa e EUA, não há mais espaço para crescer. O Brasil é a bola da vez. Há projeções de dobrar o faturamento do setor nos próximos cinco anos. Para o consumidor, isso representa preços menores, pois o maior número de lojas e redes acirra a disputa no setor - disse Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar).

Rio tem 2 mil farmácias além do que deveria
Na avaliação de Paulo Oracy Azeredo, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio, há um excesso de farmácias no país.

- A Organização Mundial de Saúde recomenda que para cada quatro mil habitantes exista uma farmácia. Fazendo essa conta, o Estado do Rio tem hoje 5,6 mil farmácias, enquanto deveria ter 3,6 mil em funcionamento. Isso acontece porque a Lei 5.991, de 1973, permite que a abertura de uma farmácia seja feita como a de qualquer negócio do comércio. Mas está havendo um aperto da legislação - diz Azeredo, acrescentando que o atual modelo de farmácias acaba incentivando a automedicação. - O sistema "pegue e pague" impede o uso racional do medicamento, que deve ter a orientação de um farmacêutico.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, também tem a opinião pessoal de que o país tem mais farmácias do que deveria. Porém, segundo ele, se todas as farmácias do país atendessem corretamente à legislação, o número de estabelecimentos não importaria tanto. Segundo ele, a automedicação se combate qualificando os serviços e o atendimento.

- É desta forma que se constrói a cultura de que o medicamento deve ser consumido com orientação. A escolha é sempre do consumidor, mas ele tem direito a ser bem orientado.


O Globo em 04/10/2009

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